terça-feira, 8 de março de 2022

Filho mata mãe a facadas enquanto ela dormia

 


Homem de 26 anos foi preso, acusado de feminicídio qualificado por matar a própria mãe, na tarde desta segunda-feira (7), dentro de um motel no Jardim Sulacap, no Rio de Janeiro.

De acordo com policiais da Delegacia de Homicídios da Capital, o crime teria acontecido quando, ainda em casa, Lucas Alan de Lucena Nascimento, executou a mãe com diversos golpes de faca. 

Ele também teria tentado matar a prima, que estava no apartamento, em  Senador Camará.

Conforme divulgado, após levar facadas na altura do tórax, a prima conseguiu fugir. 

Já a mãe do acusado, Francisca Dilma de Lucena, foi golpeada diversas vezes enquanto dormia, sem ter a chance de se defender. Depois do crime, o homem foi para o motel, onde acabou  preso. 

Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de feminicídio qualificado contra a mãe e tentativa de feminicídio contra a prima.

As informações foram divulgada pelo O Globo.

sábado, 5 de março de 2022

Inmet emite alerta de perigo devido às chuvas intensas e tempestades em MS

 


O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alertas de perigo neste sábado (5) devido às chuvas intensas e tempestades que estão sendo previstas em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Instituto, os ventos podem chegar a 100 km/h.

O aviso classificado pelo Instituto em nível amarelo prevê chuvas de 20 a 50mm por dia, com baixo risco de alagamento, corte de energia, queda de árvores e estragos em plantações. Os ventos são de 40 a 60 km/h, e quadra de granizo.

Confira a lista das cidades, incluindo Campo Grande, sob este alerta:

Alcinópolis, Amambai, Anastácio, Angélica, Aquidauana, Bandeirantes, Batayporã, Caarapó, Camapuã, Camapuã, Chapadão do Sul, Corguinho, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Deodápolis, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Eldorado, Fátima do Sul, Figueirão, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Iguatemi, Itaporã, Itaquirai, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Nioaque, Naviraí, Jaraguari, Ivinhema, Jateí, Juti, Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã , Rio Brilhante, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Sonora, Taquarussu, Terenos e Vicentina.  

No alerta laranja, classificado como tempestade, pode ter chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 km/h). Nesses locais, há baixo risco de corte de energia, queda de árvores, alagamentos e descargas elétricas, segundo o Inmet.

Os municípios elencados pelo Inmte são : Anaurilândia, Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Cassilândia, Chapadão do Sul, Inocência, Nova Andradina, Paraíso das Águas, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas.

O instituto publicou orientações durante esse período de tempestades.

“Em caso rajadas de vento não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda, além disso, se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia”, orienta.

Em caso de emergências, a Defesa Civil pode ser acionada pelo 199 e o Corpo de Bombeiros através do 193.

Polícia conclui que filho matou mãe com 30 facadas e diz ter provas suficientes

 


A investigação sobre a morte da ciclista Marta Gouveia Gonçalves dos Santos, de 37 anos, chegou ao fim e, conforme divulgado pela Polícia Civil neste sábado (5), Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 18 anos, filho de Marta, foi o assassino. 

Apesar do rapaz negar o crime, as autoridades policiais disseram que existem provas suficientes contra Matheus e indiciaram o jovem como autor do feminicídio. Marta foi morta no dia 23 de janeiro com 30 facadas, sendo 24 no pescoço e seis na região da cabeça.

Conforme a investigação, não foi possível concluir se houve crime sexual, mas a perícia aguarda resultados de exames dos possíveis materiais genéticos colhidos no corpo de Marta. Matheus foi preso 12 dias após a morte da mãe e, segundo a polícia, desde o início da investigação ele teve atitudes suspeitas.


De acordo com a polícia, foram produzidos diversos relatórios de investigação e de inteligência, os quais tiveram como base dados encaminhados por empresas de telefonia e de serviço de internet e por empresas de georreferenciamento e de localização, assim como foram ouvidas diversas testemunhas.


Na última quinta-feira (3), a Polícia Civil pediu a conversão da prisão temporária do jovem em prisão preventiva e ele foi transferido para o Estabelecimento Pena Masculino de Regime Fechado de Nova Andradina. 

Horta comunitária no presídio de Nova Andradina vai beneficiar instituições sociais

 


A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado (Semdi) e o Estabelecimento Penal Masculino de Nova Andradina (EPMNA) formalizaram uma nova parceria para a implantação de uma horta comunitária instalada no interior da unidade prisional com foco na ressocialização dos custodiados por meio da ocupação laboral.

O projeto visa o cultivo de verduras e legumes pelos próprios detentos, para serem doadas para às instituições sociais como Lar São José, Apae e outras entidades do município.

O trabalho de ressocialização de detentos e redução nos índices de reincidência criminal começou na gestão anterior do prefeito Gilberto Garcia, em 2018, quando o município cedeu máquinas de costura e capacitação aos presos na fabricação de uniformes para os próprios internos e de jalecos aos profissionais do Hospital Regional.

A nova iniciativa foi costurada em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (03), pelo secretário Hernandes Ortiz e o diretor do presídio, Rogerio Capote. Também estiveram presentes a chefe do setor de trabalho, Nayane Morais Gomes, e o chefe de segurança, Paulo César Guedes Marinho.

“Estamos buscando empresas parceiras para ampliar este projeto de reintegração social efetiva dos detentos. Na Coopavil conseguimos sementes de verduras. A Semdi disponibilizou o agrônomo e equipe técnica de apoio. Junto ao Senai, iremos oportunizar a capacitação dos presos em carpintaria, marcenaria, pedreiro, eletricista, entre outros cursos. Nos próximos dias, vamos visitar agropecuárias que possam doar sombrite, madeira para fazer as coberturas e materiais para possibilitar o plantio das hortaliças”, explicou o secretário Ortiz.

O trabalho conta com a adesão de 12 reeducandos que, pelo serviço, recebem remição de um dia na pena a cada três trabalhados, conforme estabelece a Lei de Execução Penal (LEP).

“A horta representa mais uma oportunidade de ocupação produtiva para os presos. É uma forma do detento prestar serviços à sociedade e, ao mesmo tempo, ter oportunidade de ganhar uma profissão e uma nova vida fora do mundo do crime”, complementou o secretário.

Paisagismo nos canteiros centrais, escolas e outras áreas públicas

Outro projeto que deve sair do papel nos próximos meses é a utilização da mão-de-obra dos detentos para a execução de limpeza e paisagismo nos canteiros centrais e demais áreas públicas do município, pintura nas escolas, entre outros serviços gerais.

Para tanto, Hernandes Ortiz informou que irá se reunir com os representantes do Poder Judiciário da comarca local para sugerir uma parceira na realização deste projeto social.

Com presença de Gilberto Kassab, Marquinhos Trad é oficializado como pré-candidato ao Governo do Estado

 


Prefeito Marquinhos Trad (PSD) foi oficializado neste sábado (5) como pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul em 2022. O evento aconteceu em Campo Grande , com a presença do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, Nelson Trad, Fábio Trad e outros nomes ligados ao partido. 

Divulgação/PSD

Eleições 2022: Com presença de Gilberto Kassab, Marquinhos Trad é oficializado como pré-candidato ao Governo do Estado

Marquinhos Trad oficializou sua pré-candidatura neste sábado

 

Durante seu discurso, Marquinhos afirmou que vai renunciar à prefeitura da Capital,antes do prazo legal,2 de abril .  Trad ainda  complementou relatando que “os eleitores querem alguém ficha limpa, que seja experiente, que não seja nem de um lado, nem de outro, alguém que harmonize. Eu busco trazer as pessoas para nossa administração e assim, a justiça social prevalece”. 

 

No evento Kassab relatou que Marquinhos foi escolhido pelos 'bons índices'. "Mato Grosso do Sul merece, Marquinhos Trad como governador", enfatizou Kassab, em seu discurso.

 

PSD é representado pelo senador Nelsinho Trad no Senado Federal, o deputado federal Fábio Trad na Câmara dos Deputados, e o deputado estadual Londres Machado na Assembleia Legislativa. No Estado tem 83 vereadores, sendo seis representantes na Câmara Municipal de Campo Grande, dez vice-prefeitos, e quatro prefeitos.

Divulgação/PSD

Eleições 2022: Com presença de Gilberto Kassab, Marquinhos Trad é oficializado como pré-candidato ao Governo do Estado

Ricardo Ayache esteve presente no evento, mas não subiu no palanque

Ricardo Ayache

Cotado como possível pré-candidato a vice-governador de Marquinhos Trad, Ricardo Ayache, esteve presente no evento, mas devido a agenda não subiu ao palanque. 

 

Em fevereiro deste ano,Marquinhos, anunciou que convidou Ayache para ser seu vice na pré-campanha ao Governo do Estado. Por meio de nota de Ricardo  disse que "nesse momento de definições e alinhamentos políticos é natural que surjam convites aos que se colocam à disposição do debate e da construção de um projeto de sociedade, que é o que sempre fiz. Fui autorizado pela executiva nacional a fazer essa interlocução com os partidos. No entanto, reitero que qualquer definição quanto a minha participação no pleito eleitoral deste ano passa por definições partidárias nacional e, antes de tudo, do debate e da construção de um projeto junto aos que me acompanham em tantos anos de trabalho".

Divulgação/PSD

Eleições 2022: Com presença de Gilberto Kassab, Marquinhos Trad é oficializado como pré-candidato ao Governo do Estado

Marquinhos Trad deve entregar a renuncia antes do prazo legal


Capital News

Carreta com 400 mil maços de cigarro é apreendida na fronteira de MS/PR

 


Uma carreta com 400 mil pacotes de cigarros contrabandeados do Paraguai foi interceptada nesta sexta-feira (4) pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na cidade de Guaíra, no Paraná, que faz divisa com Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul.

A apreensão aconteceu quando os agentes rodoviários realizavam vistorias na ponte Ayrton Senna, em Guaíra, no Paraná, quando notaram a circulação de um caminhão com placa paraguaia.
Segundo informações da PRF, o motorista ignorou o pedido de parada e fugiu pelo perímetro urbano de Guaíra e abandonou o veículo. Conforme o site Marechal News, ele conseguiu escapar da polícia depois de pular o muro de uma residência.
Ao vistoriar o compartimento do semirreboque, os agentes encontram a carga de cigarros paraguaios. O carregamento, avaliado em aproximadamente dois milhões de reais foi entregue à Receita Federal de Guaíra.

MS em Foco

Putin diz que sanções ocidentais equivalem a uma declaração de guerra



 Em um forte pronunciamento após reunião com empresários, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que as sanções ocidentais adotadas até agora contra seu país “equivalem a uma declaração de guerra” e alertou que qualquer tentativa de criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, como pedido pelo presidente ucraniano, seria considerado uma “implicação direta em atividades militares”.

A Otan já negou que iria implementar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, e alertou que tal decisão poderia levar a um conflito maior e mais brutal. A adoção de sanções pelos EUA, em coordenação com aliados como a União Europeia, Reino Unido e Canadá, vem sendo uma das principais ferramentas de pressão sobre o governo russo para interromper a invasão.

O presidente russo se encontrou neste sábado com funcionários da companhia área russa Aeroflot, que anunciou neste sábado a suspensão dos voos internacionais a partir da próxima terça-feira.

Putin justificou a guerra, que o Kremlin chama de “operação militar especial”, afirmando que “não podia ignorar as declarações sobre a Ucrânia se tornar uma potência nuclear”.

— Tudo está de acordo com o planejado até agora. O Exército russo alcançará todos os seus objetivos, não tenho dúvidas — afirmou Putin, negando rumores de que o governo tenha previsto declarar lei marcial no país.

Sobre as negociações com a Ucrânia, o líder russo voltou a exigir que suas demandas sejam atendidas, que incluem o status neutro e não nuclear da Ucrânia, sua “desnazificação”, o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e a “soberania” dos separatistas nos territórios do Leste do país. A terceira rodada de conversas está prevista para este fim de semana.

— Colocamos nossas propostas sobre a mesa nas conversações com a Ucrânia. Depende de eles responderem.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que as declarações iradas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, não inspiram otimismo sobre o destino das negociações para encerrar as hostilidades na Ucrânia.

Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou a Otan de ceder à pressão russa:

— A Otan não era a força que os ucranianos haviam imaginado anteriormente — disse o chanceler.

Em relação às sanções, nos últimos dias, foi confirmado que instituições financeiras russas serão cortadas do sistema de pagamentos internacionais Swift e que não serão mais realizadas transações com o Banco Central russo, afetando sua capacidade de acessar reservas internacionais. Na qiunta-feira, o governo dos EUA anunciou um novo pacote de sanções que tem como alvo a elite da Rússia, com o congelamento de bens de sete oligarcas e seus parentes em solo americano e o veto à entrada de quase 70 pessoas no país.

Extra

Mulher é suspeita de matar ex enquanto ele dormia em Três Lagoas



Homem identificado como Domingos Souza foi assassinado, na madrugada deste sábado (5), na rua K, no bairro São João, região Sul de Três Lagoas. A suspeita de cometer o crime é a ex-namorada dele de 48 anos. 

A mulher teria aproveitado o portão destrancado da casa do ex, para entrar e esfaquear a vítima até a morte enquanto ela estava dormindo.

Conforme informações do site JP News, Domingos tentou correr, mas acabou escorregando no próprio sangue e se enrolando com o cobertor.

Após esfaquear e matar o ex-namorada, a mulher teria ido até o banheiro para lavar a faca usada no crime.

A Polícia Civil foi até o endereço e apreendeu duas facas que estavam no imóvel. 

A atual namorada de Domingos foi até a casa e encontrou o convivente caído ao solo sobre uma poça de sangue e começou a gritar desesperada para os vizinhos chamarem o resgate.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) constatou que a vítima teve cerca de quatro perfurações, pescoço, cabeça, dorso e pé, mas devido à grande quantidade de sangue já em processo de secagem, a perita criminal não conseguiu definir uma quantidade exata, ficando a critério do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) definir a quantidade de perfurações que haviam no corpo.

A Polícia Militar fez buscas na casa da principal suspeita de esfaquear Domingos, mas ela não foi encontrada. 

Testemunhas relataram que avistaram a mulher sair da casa e minutos depois ouvirem a atual companheira da vítima gritar por socorro.

Para os policiais, a atual namorada de Domingos disse, que a suspeita não aceitava o término do relacionamento e a mesma vinha realizando ameaças contra Domingos. 

O caso será investigado pela Terceira Delegacia de Polícia Civil.


 

Intolerância religiosa espalha terror nas aldeias indígenas de MS



 “O Diabo mora de noite e se esconde em algumas igrejas”. A fala é de uma rezadeira da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, ao relatar os ataques sofridos pela Casa de Reza construída pela comunidade e que já foi alvo de incêndios criminosos e renasceu das cinzas mais de uma vez. Entretanto, os casos mais recentes envolvem indígenas de Amambai, Laguna Carapã e Douradina e deixam rastros que continuam aterrorizando gerações.

Além de disputas que envolvem questões agrárias, que parecem distantes de serem resolvidas, os incêndios em templos sagrados das etnias Kaiowá e Guarani revelam violações aos direitos humanos. O que chama atenção é que a maioria dos casos está ligada às proliferações de igrejas evangélicas e outras denominações que parecem brotar da terra vermelha.

Os relatos de violência contra rezadores indígenas remontam aos sombrios tempos da inquisição e ganham contornos quase que inimagináveis para os dias atuais. Diante de práticas repugnantes que ultrapassam as barreiras do tempo, um grupo formado por diversas entidades fez um mapeamento nestas três cidades, que revela que professar a cultura dos ancestrais virou risco de morte.

O levantamento é fruto de uma viagem de três dias, feita por membros da Kuñangue Aty Guasu (Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani), do OKA (Observatório da Kuñangue Aty Guasu), da DPU (Defensoria Pública da União), via DRDH (Defensoria Regional de Direitos Humanos) e a DPE-MS (Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul), por meio do NUPIIR (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica).

“O objetivo deste percurso foi realizar o acompanhamento dos recentes casos de incêndios com indícios de crime provocados contra as casas de rezas (oga pysy), assim como agressões, ameaças, torturas e tentativas de homicídio contra nhanderu (rezadores) e feminicídio contra as nhandesy (rezadoras), vindo de membros de igrejas pentecostais”, diz a introdução do relatório apresentado pelas entidades.

Doutrina violenta

Segundo o documento, as inúmeras igrejas existentes em Mato Grosso do Sul e principalmente nas aldeias indígenas são extensões da sede nacional de uma delas, que fica em São Paulo. “Em outras palavras, os novos modelos de igreja que existem em territórios Kaiowá e Guarani são paulistas; pregam regras e uma doutrina violenta, principalmente sobre o corpo da mulher indígena, decidindo o que a mulher deve e não deve ser/seguir”, diz um trecho do levantamento.

“De acordo com fontes colhidas em territórios onde as casas de rezas foram incendiadas, há indícios de que os autores são membros e pastores dessas igrejas, bem como os autores de falas pejorativas, racistas e violentas em relação às casas de rezas. Eles usam o discurso de que a casa de reza, o nosso espaço tradicional, é um local do mal e que precisa ser exterminado, criando um isolamento entre o tradicional e o mundo karai pentecostal”, denuncia o relatório.

No levantamento feito pela Kuñangue Aty Guasu, com apoio do MPF, DPU e também da DPE-MS, há referências relacionadas de novembro de 2020 a fevereiro de 2021, durante a construção do Mapa da Violência em campo. Naquele período foram registrados 21 casos de espancamentos, torturas, violências psicológicas e perseguição de mulheres rezadeiras, nhandesy, que praticam o cuidado tradicional.

Foto: Marcos Morandi, Muidiamax

Rezas e ‘bruxarias'

“Elas foram julgadas em público, suas casas foram queimadas, foram expulsas da comunidade, humilhadas, condenadas como ‘bruxas’ e ‘feiticeiras’”, segundo o documento, que também ressalta nominalmente algumas vítimas do rolo compressor da intolerância religiosa, como a nhandesy dona Nilza, moradora em uma aldeia de Amambai, que foi ameaçada por praticar o modo tradicional de ser da sua cultura.

“Através da reza Kaiowá e Guarani e a medicina natural/tradicional, ela cuida de outras nhandesy e nhanderu do entorno de Amambai e de outras regiões do nosso povo, quando os mesmos se encontram doentes: ela é uma hechakary (rezadeiras que realizam as curas através da reza, com uma conexão maior com os grandes guardiões espirituais, como Jary Guasu e Ñande Ramõi)”, diz o documento.

Kuña Yvoty é uma das rezadeiras do povo Kaiowá e Guarani que a Kuñangue Aty Guasu acompanha diretamente desde 2017. Ela vive em Guapo’y, na Reserva Indígena de Amambai.  É a primeira a ter uma casa de medicina tradicional em Mato Grosso do Sul.

Lucia Assis Morais, de 79 anos, também da etnia Guarani e Kaiowá, faz as práticas dos seus conhecimentos tradicionais de plantas medicinais, partos com gestantes, curas, cantos e rezas na língua dos ancestrais. Isso fez com que ela se tornasse muito respeitada pelos acolhimentos a outras mulheres.

Acusada de bruxaria por parentes evangélicos por praticar sua religiosidade indígena e ter uma casa de reza tradicional, ela busca apoio em uma rede de solidariedade por justiça socioambiental e de gênero. Um de seus agressores é o cunhado e vizinho, que já foi condenado por violência doméstica contra ela. 

“Venho dizer a vocês que estou sofrendo por conta do desrespeito à minha reza. Aqui dentro da aldeia eu sofro. Estão favorecendo o homem que me agride, acobertam o agressor. Eu choro a vocês pedindo ajuda. As pessoas me perseguem, me chamam de macumbeira, bruxa, macaca, bugio, mas eu não faço mal a ninguém. Estou sofrendo muito. Tirem ele de perto de nós. Eu preciso de ajuda para tirar o agressor de perto da minha casa, onde eu vivo”, clama D. Lulu, como é conhecida.

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Os dados colhidos pela Kuñangue Aty Guasu também mostram que nos últimos oito anos, além das perseguições aos líderes espirituais das aldeias, algumas delas com ameaças de linchamento público, as casas de reza também têm sido os principais alvos da intolerância. Até o momento, 16 delas foram incendiadas em Amambai, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Dourados, Douradina, Laguna Carapã e Tacuru.

Há fortes evidências de que todos os ataques tenham ocorrido a mando de pastores e membros mais fanáticos das próprias comunidades indígenas que foram 'arrebanhados' pelas igrejas. “Seguidores dessa igreja são apontados pelas vítimas como um dos principais atores do racismo religioso que praticam a intolerância religiosa e incitam a queima das casas de reza”, indica o relatório.

Foto: Marcos Morandi, Midiamax

Renascida das cinzas

Destruída em julho de 2019 após um incêndio criminoso, a Gwyra Nhe’engatu Amba, que significa “Lugar onde o pássaro da Boa Palavra tem Assento”, considerada um símbolo centenário da cultura indígena, foi reaberta no dia 15 de agosto de 2020. A Casa de Reza e Cultura fica na Aldeia Jaguapiru da Reserva Indígena de Dourados, em Mato Grosso do Sul.

Com a voz ainda carregada de tristeza pela violência contra o patrimônio cultural e religioso dos Guarani e Kaiowá, Getúlio de Oliveira Juca, um dos guardiões de objetos sagrados, juntamente com a esposa Alda Silva, também rezadora, relata que na época do incêndio, pouco mais de 20 minutos de fogo foram suficientes para destruir o lugar. Segundo ele, boa parte do que estava ali foi devorada pelas chamas.

O rezador também conta que, entre os objetos perdidos, estão alguns cocares (jeguaka), vestes (ponchito) e outros instrumentos (mbaraka e xiru) que eram utilizados por mulheres e homens nas cerimônias sagradas como, por exemplo, a cerimônia de atribuição de nome aos meninos e meninas.

“Vi um homem branco saindo de dentro da casa e correndo para o meio do milharal. Mas não deu para identificar”, afirmou Getúlio. Os bombeiros foram acionados, mas quando chegaram ao local, já estava tudo destruído.

O ancião lembra que o crime ainda não foi solucionado pelas autoridades. Conforme ele, ainda existem muitas perguntas que ficaram sem repostas sobre esse ato violento contra as tradições indígenas.

Entretanto, apesar dos ataques sofridos em sua centenária trajetória, “a Casa sempre esteve aqui, mesmo que ausente fisicamente, mas viva dentro dos nossos corações e na memória de quem dela recorreu para espantar alguns males, principalmente na escuridão”, relata uma indígena que também cobra providências das autoridades.

Foto: Marcos Morandi, Midiamax

Templos e fanatismo

Durante uma reunião realizada em março de 2020 na Aldeia Jaguapiru, ela foi umas mulheres que reclamaram contra a falta de segurança na Reserva. Segundo relatos dos moradores da Reserva, durante o dia o clima de tensão também é constante, mas pouco comparável com o que pode acontecer no escuro.

Durante esse período de pandemia, as influências das doutrinas evangélicas nas aldeias de Mato Grosso do Sul ficaram ainda mais evidentes. As dificuldades continuaram batendo às portas das casas, que na maioria delas ainda abrigam até 9 pessoas em um único cômodo. “Existem casos em que as meninas dormem com os meninos, devido às condições de precariedades de muitas famílias”, relata uma professora indígena que prefere não se identificar.

Se por um lado faltam moradias e água até para beber, por outro sobram templos evangélicos e grupos de fanáticos negacionistas. Levantamentos feitos por estudiosos no assunto revelam que somente nas aldeias de Dourados existem mais de 80 igrejas das mais diversas denominações. “Todo dia praticamente surge um templo novo aqui e em outras comunidades”, conta a educadora.

Foto: Reprodução/Redes sociais


MidiaMax

Charge distribuição de material escolar