Ontem,
quinta-feira (28), o vereador de Germino Roz (PR) compareceu na Delegacia de
Polícia Civil de Batayporã para registrar um boletim de ocorrência a fim de que
as autoridades competentes apurem a suposta utilização indevida da marcenaria
do município.
O vereador relatou que no domingo (24), véspera de Natal,
recebeu uma denúncia, via telefone, de que um dos filhos do prefeito de
Batayporã, Jorge Takahashi (PMDB), estaria utilizando a marcenaria da
Prefeitura Municipal para confeccionar algum artefato de madeira, na companhia
de dois servidores públicos.
Ao tomar conhecimento do fato, o vereador disse que entrou em
contato com o responsável pelo local, que teria afirmado que o que estava sendo
construído era uma casinha de Papai Noel. Indo até o local, Germino Roz disse
que se deparou com o filho do prefeito e com dois servidores do município.
Minutos depois o filho do prefeito teria deixado o local,
restando apenas os dois servidores. O vereador então conversou com os
trabalhadores, que disseram estar construindo a casinha, mas que não sabiam
qual era a finalidade nem para onde o objeto seria levado.
Um dos servidores disse ao vereador que havia trabalhado na
construção da casinha no sábado (23) até por volta das 23h e que havia voltado
à marcenaria no domingo (24), véspera de Natal, para terminar o trabalho.
Segundo o vereador, foi possível observar, pela cor rosa da casinha e pelos
demais detalhes, que, na verdade, o objeto não se tratava de uma casinha de
Papai Noel, e sim de uma casinha de brinquedo, destinada a alguma criança,
provavelmente do sexo feminino.
Diante dos fatos, o vereador compareceu na Delegacia de Polícia
Civil e registou um boletim de ocorrência para apuração da eventual prática de
peculato (crime que consiste na subtração ou desvio, por abuso de confiança, de
dinheiro público ou de coisa móvel apreciável, para proveito próprio ou alheio,
por funcionário público que os administra ou guarda) e prevaricação (crime
cometido por funcionário público quando, indevidamente, este retarda ou deixa
de praticar ato de ofício, ou pratica-o contra disposição legal expressa,
visando satisfazer interesse pessoal).
Outro
lado
Procurado pelo site Nova News, o prefeito de Batayporã,
Jorge Takahashi, disse que, a princípio, não sabia que marcenaria municipal
estava sendo usada. Ele disse que tomou conhecimento do fato apenas
posteriormente. Nas palavras de Takahashi, há alguns dias seu filho viu a
casinha do Papai Noel, que foi montada em uma praça da cidade e se interessou
pelo objeto.
O filho do prefeito teria então questionado aos funcionários
onde a casinha havia sido feita e quem teria sido o responsável pela sua
construção, sendo informado que a casinha foi construída pelo carpinteiro da
prefeitura na marcenaria municipal. Ele então teria procurado o servidor e o
contratado de forma particular para a construção de uma casinha de brinquedo
para suas filhas.
Foi informado ao site que, além de pagar as diárias do
carpinteiro com recursos próprios, o filho do prefeito comprou as madeiras e
todos os materiais utilizados na construção, tendo inclusive guardado as notas
referentes à aquisição dos produtos. “Pelo apurado, como o fim de semana foi de
muita chuva, o servidor contratado pelo meu filho apenas usou o espaço físico
do barracão para a montagem da casinha”, disse o prefeito.
No entanto, o chefe do Poder Executivo disse que não considera
adequada a utilização de um espaço público para finalidades particulares. “Eu
não fui comunicado. Vamos identificar e advertir o funcionário que autorizou o
procedimento, bem como os demais responsáveis, para que atos como estes
não se repitam”, finalizou Takahashi.
Nova News