terça-feira, 12 de agosto de 2014

Empresas do cartel do Metrô são financiadoras do PSDB

Esquema de favorecimento do Metrô funcionou durante governos Covas, Alckmin e Serra

Empresas denunciadas por participar de cartel nas licitações do Metrô de São Paulo doaram dinheiro para o PSDB e para campanhas de candidatos tucanos. Uma multinacional sozinha doou R$ 700 mil para a direção estadual do PSDB e a soma do doado para a campanha de Alckmin no mesmo ano foi de R$ 6,5 milhões.
Em 2002, primeira campanha eleitoral de Alckmin para o cargo de governador de São Paulo, a Alstom e a Siemens, principais empresas do cartel do metrô, doaram oficialmente R$ 6 mil para a campanha eleitoral do candidato. O vínculo do governo de São Paulo com as duas empresas começou durante o mandato do governador que o antecedeu, Mário Covas, do qual também era vice.
Metade das empresas acusadas de envolvimento no esquema de cartel doou também para a campanha de Alckmin em 2010. Ao todo, foram responsáveis pelo total de R$ 5,8 milhões, 17% do total arrecadado pelo então candidato. A construtora Camargo Corrêa, doou sozinha R$ 2,5 milhões.
Em São Paulo, o esquema de cartel envolveria pelo menos cinco projetos, nas obras da Linha 5 – Lilás e Linha 3 – Verde, na reforma de trens da CPTM, no projeto Boa Viagem e na compra de 384 carros.
A empresa de consultoria, Focco Tecnologia, criada por ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) suspeitos de envolvimento com o cartel, foi a segunda maior doadora da campanha do vereador tucano Mário Covas Neto, em 2012. A consultoria também doou a outros políticos do PSDB na campanha de 2010, que depois vieram a ocupar cargos importantes no governo Alckmin.
A alemã Siemens chegou a reconhecer que houve a ação de cartel durante o período de 10 anos, entre 1998 e 2008, englobando também o governo de José Serra (PSDB). Pelo menos mais 18 empresas e 34 executivos são investigados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de envolvimento no esquema de favorecimento em licitações.
As grandes empresas envolvidas no esquema também doaram para outros partidos. A mesma multinacional que doou R$ 700 mil para o PSDB, por exemplo, também doou R$ 500 mil para o PT. As construtoras também estão entre as maiores financiadoras de campanha, principalmente dos cargos executivos.
O financiamento privado das campanhas faz parte do esquema de limitação e direcionamento dos candidatos que a burguesia aceita para os cargos. Além disso, este é também um dos meios das empresas de garantir que os políticos irão atuar para favorece-las, quando assumirem o cargo.

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