quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Com discurso de ódio contra o PT, Estadão desqualifica iniciativa civilizatória para enfrentar fake news e discurso de ódio



No momento em que o mundo civilizado se vê acossado pela ascensão da extrema direita e ameaçado pela profusão de fake news e discursos de ódio, o jornal Estado de S. Paulo atacou o governo Lula, no editorial "O monopólio lulopetista da verdade". Num texto eivado de discurso de ódio, o jornal paulista ataca a iniciativa civilizatória que vem sendo perseguida em várias partes do mundo, não apenas por governos, como também pelas próprias big techs, para combater fenômenos de dissonância cognitiva a partir de informações falsas e preconceitos disseminados por sistemas de comunicação.

"Em outra frente, o secretário de Comunicação Social da Presidência, deputado Paulo Pimenta, anunciou a criação da Secretaria de Políticas Digitais, uma estrutura que funcionará no Palácio do Planalto para 'combater a desinformação e o discurso do ódio nas redes sociais'. Ora, não cabe a um governo determinar o que é desinformação, muito menos ter uma estrutura devotada a 'combater' o que chama de 'discurso de ódio' – nome genérico que os petistas certamente usarão, como já o fazem, para qualificar as críticas de opositores", escreve o editorialista.

No texto, o jornal ataca Pimenta, assim como fizeram Folha e Estado de S. Paulo, em razão do evento ocorrido com Jair Bolsonaro em 6 de setembro de 2018, às vésperas das eleições presidenciais daquele ano. "Se é para valer, essa polícia do pensamento deve começar enquadrando o próprio secretário Paulo Pimenta, que é um adepto da lunática teoria segundo a qual o atentado a faca sofrido por Jair Bolsonaro foi uma armação – uma clássica fake news", aponta o editorialista, que parece ignorar o que foi publicado pelo próprio Estado de S. Paulo, em suas páginas, pelo respeitado jornalista profissional José Nêumanne. "O jornalista Joaquim de Carvalho divulgou no site 247, em que assina uma coluna, um documentário meticuloso, no qual levanta dúvidas consistentes sobre a facada de que o candidato eleito em 2018 se diz vítima por um ex-militante do PSOL em comício em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018, durante a campanha", escreveu Nêumanne.

"A estranheza ganhou corpo quando se tomou conhecimento de que a defesa da eventual vítima, na pessoa do lobista Frederick Wassef, perdeu bisonhamente o prazo do recurso contra a decisão do juiz da comarca da cidade mineira de confirmar a teoria da Polícia Federal de que o agressor seria um 'lobo solitário'. O documentário, de um jornalista com currículo respeitável, tendo sido subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos, e ganho os Prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa), poderá servir de pista para o deputado Alexandre Frota apontar razões para convocar CPI a respeito da facada, apelidada de fake-ada desde que sua colega Joice Hasselmann contou ter ouvido de Bolsonaro: 'se eu levasse facada, ganhava a eleição'”, escreveu ainda Nêumanne.

*Brasil 247

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