sábado, 12 de agosto de 2017

O golpe e a mídia criaram Bolsonaro


O golpe engendrado por Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves, em conjunto com a mídia, resultou numa vitória de Pirro que pariu Jair Bolsonaro 2018.
A guinada direitista dos tucanos, o blábláblá neandertal contra o bolivarianismo, a corrupção, o financiamento de “movimentos de rua” e a obsessão da imprensa, puxada pela Globo, com o PT, resultaram na viabilização de uma alternativa fascista indigente.
JB vai se firmando como o antiLula prometido na Bíblia.
em pesquisas, é o segundo nome mais lembrado espontaneamente, com Lula sempre na frente em todos cenários.
Seu eleitorado está concentrado em jovens de alta renda, pouco conhecimento em história e instrução formal.
Nas pesquisas,Aécio, Alckmin e Serra derretem numa economia em frangalhos. Doria ultrapassa o padrinho Geraldo pela primeira e não a última vez, mas perde para Ciro Gomes.
Bolsonaro surfou na criminalização de Lula e da esquerda. É, como Trump, uma espécie de outsider (de mentirinha, claro, mas engana trouxa). A extrema direita que não tem medo de dizer seu nome.
JB vai cometendo suas barbaridades sem ser incomodado. Volta e meia sai uma denúncia leve, com a de que usa a cota parlamentar para fazer campanha. A Folha deu uma vez e não tocou mais no assunto.
Em abril de 2016, depois que homenageou o coronel Ustra na votação do impeachment, Miriam Leitão, que dorme e acorda pensando em Dilma, se indignou.
“A democracia brasileira precisa ser defendida pelos pares do deputado Jair Bolsonaro. O voto dele é apologia de dois crimes, fere duplamente a Constituição. Por que não sofre um processo de cassação pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados?”, escreveu em seu blog.
Se ela e a Globo tivessem dedicado a Jair um oitavo do tempo dedicado a destruir Lula, talvez a situação fosse diversa.
Quantos editoriais o Estadão dedicou ao “lulopetismo”?
Quantas capas imbecis da Veja gritando que “Lula acabou”? A mais recente foi desmentida pelo próprio site da revista dois dias depois.
A mera candidatura de Bolsonaro é uma prova do fracasso do jornalismo da velha mídia.
Ele foi adotado como herói e salvador da pátria por sites de notícias falsas, por gurus como Olavo de Carvalho e youtubers como Joice Hasselmann. Alguns desses jihadistas têm milhões de seguidores.
Monomaníaca, a imprensa falhou em contar a história real de Bolsonaro. A única entrevista em que ele falou de suas “ideias” foi para seu igual Danilo Gentili.
O resultado foi o esperado — uma cavalgadura com a cabeça oca. A farsa do impeachment deu num Bolsonaro de 7 arrobas se espichando nas entranhas do cadáver da democracia, espancada diariamente por Michel e seus sócios, entre os quais a mídia chapa branca.

Kiko Nogueira, do DiariodoCentrodoMundo

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